O senador Otto Alencar (PSD) quer ouvir os líderes partidários antes de oficializar sua pré-candidatura ao governo da Bahia. De acordo com pessoas próximas a Otto, ele já topou ser postulante, em lugar do senador Jaques Wagner (PT), mas quer saber se tem o apoio de todos os aliados para entrar na corrida eleitoral.
“Ninguém vai decidir nada sem conversar com todos os companheiros. Quem decide é mais de 20 cabeças. Nós temos um grupo, e vamos decidir”, disse o vice-governador João Leão (PP). A expectativa é que oficialização da pré-candidatura de Otto ao governo da Bahia só ocorra entre 6 e 7 de março, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorna da viagem ao México. O senador quer discutir a campanha com o ex-presidente antes.
Se bater o martelo e Otto for candidato do grupo, o governador Rui Costa (PT) renuncia ao posto para ser postulante ao Senado. Wagner vai ser coordenador da campanha de Lula. João Leão assumirá o governo da Bahia por nove meses, e o seu partido deve indicar o candidato a vice-governador. Dois nomes hoje são especulados para serem indicados para a composição, como vice: o deputado federal Ronaldo Carletto e o ex-senador Roberto Muniz.
Nesta semana, o senador Jaques Wagner avisou ao ex-presidente Lula que não queria ser candidato a governador da Bahia nas eleições deste ano. O recuo de Wagner desagradou ao ex-presidente Lula, que via o palanque na Bahia como pacificado. A desistência dele acontece após uma suposta insistência do governador Rui Costa de ser candidato ao Senado. Como não poderia haver espaço para dois petistas na chapa, Wagner recuou a fim de abrir o espaço para o senador Otto Alencar ser postulante ao Palácio de Ondina.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Wagner também decidiu desistir da candidatura por caráter pessoal. Segundo a publicação, aos 70 anos, o senador se sente confortável em seu mandato no Senado, que se encerra apenas em 2027, e não deseja voltar ao centro do palco da política baiana. Esposa do senador, a ex-primeira-dama Fátima Mendonça era contra a candidatura do marido. “Ele é senador oito anos, tem que cumprir o papel dele lá mesmo. Eu acho uma falta de criatividade (candidatura de Wagner ao governo). Ele já fez o que tinha que fazer, foi governador oito anos, fez a eleição de Rui e ajudou na reeleição. Agora tem que alguém pensar em um substituto. O governador é que tem que pensar em quem vai substituí-lo”, declarou ela, em janeiro de 2020.
As investigações das quais é alvo, que tendem a ser reprisadas em meio a um possível acirramento da campanha, também seriam um incômodo para o senador, segundo aliados. Amigo de Lula desde os anos 1980, quando fundaram o PT, Wagner se torna imediatamente o braço-direito de Lula na campanha após a decisão de não ser candidato. A campanha de Lula terá na coordenação ainda a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Franklin Martins, Aloizio Mercadante e Luiz Dulci.
Fonte: Tribunadabahai
Discussão sobre post