Apesar do desejo majoritário por parte dos cardeais do PP na Bahia, o reingresso do partido na base do governo Jerônimo Rodrigues (PT) vai depender do desempenho da legenda nas eleições deste ano, apontam líderes pepistas consultados pela Metropolítica. A avaliação é que, se o PP conseguir ao menos manter o atual número de prefeituras sob controle do partido – hoje são 50 -, as chances de reatar a aliança rompida com os petistas na sucessão estadual de 2022 crescem de maneira exponencial. “A resistência a uma eventual reaproximação com o PT vem apenas da ala ligada a João e Cacá Leão (respectivamente, deputado federal e secretário de Governo do Salvador). Ambos ainda defendem a permanência do PP no bloco do União Brasil”, confidenciou um influente cacique da legenda.
Ponta de lança
A costura para que o PP volte a fazer parte do arco de sustentação do governo do estado vem sendo conduzida pessoalmente pelo presidente da sigla na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, a reboque de insatisfações com a quebra de acordos relativos à montagem dos palanques no interior. O caldo engressou de vez após o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, declarar apoio ao pré-candidato do Republicanos a prefeito de Paulo Afonso, o médido Juliano Medeiros. O problema é que Mário Júnior nasceu em Paulo Afonso, tem o município como uma dos grandes redutos eleitorais e trabalha para emplacar Marcondes Francisco (PP) , atual vice-prefeito, no comando da cidade.
Desidratação gradual
De lá para cá, o PP perdeu musculatura gradativamente. Em 2020, o partido terminou a corrida com 92 prefeitos eleitos na Bahia, abaixo apenas do PSD, com 108. Em 2023, esse número caiu para 70. Até o início de abril, eram somente 50, quase metade do total de quatro anos atrás. “Mário Júnior vinha segurando a permanência do partido na oposição, mesmo com a pressão dos deputados do PP para retomar a aliança com o PT na Bahia. A rasteira em Paulo Afonso mudou o clima. Na Assembleia Legislativa, praticamente toda a bancada vota hoje com Jerônimo. Mas os acertos dependem de como a legenda sairá das urnas em outubro. Porque se terminar menor do que entrou, vai ter pouca força para negociar um acordo sem baixar a cabeça. Do contrário, melhor ficar onde está e engolir sapos do União Brasil”, ponderou um dirigente da sigla favorável ao realinhamento com o PT, em conversas reservadas com a Metropolítica.
Foto: Divulgação
Por: Jairo Costa Jr
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