Foto: Ilustração
A prefeita de Cansanção, Vilma Gomes (MDB), seu marido e ex-prefeito Ranulfo da Silva Gomes, e a filha do casal, Pollyana Oliveira Gomes, foram condenados pela Justiça a penas de até nove anos de prisão por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que desviou mais de R$ 26 milhões dos cofres públicos entre 2011 e 2015. A cidade fica a 353 km de Salvador.
A acusação, apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), descreveu o trio como parte de uma “organização criminosa contra a Administração Pública”. As investigações, conduzidas pela Operação Making Of em 2015, revelaram fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A sentença foi proferida pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Criminal de Salvador, na última quarta-feira (21/8). De acordo com a decisão, Ranulfo estruturou o esquema para manipular licitações e beneficiárias de empresas ligadas a “laranjas”, desviando milhões dos cofres municipais. Durante sua gestão, as empresas vinculadas ao grupo receberam R$ 26,6 milhões em contratos fraudulentos.
O juiz destacou que os contratos superfaturados geraram enormes prejuízos ao município. Ele também mencionou que Ranulfo ignorou alertas do procurador do município sobre a impropriedade de contratar empresas associadas a ele. Vilma Gomes, na época secretária da Saúde, foi acusada de lavar dinheiro ao repassar valores dessas empresas, sem justificativas contábeis para as transações, o que evidenciou a tentativa de ocultar a origem dos recursos.
Pollyana Oliveira Gomes foi condenada por usar a empresa Taveira Comercial de Combustíveis para participar de licitações em Cansanção, planejando o envolvimento da família em contratos públicos. O MPF argumentou que a empresa foi registrada em nome de terceiros para driblar os impedimentos legais.
As sentenças incluem nove anos, dez meses e três dias de reclusão para Ranulfo, além de multa; sete anos, um mês e 15 dias de reclusão para Vilma e Pollyana, também com multa. Todos os condenados optarão pela liberdade, já que o juiz não viu necessidade de prisão preventiva imediata.
Defesa da família
A reportagem tentou contato com a assessoria da prefeitura de Cansanção, mas não obteve resposta até a publicação. Ranulfo negou as acusações, afirmando que as transações financeiras com o posto Taveira eram legítimas e que o posto recebeu mais de sete milhões do município pelo fornecido de combustível.
Pollyana argumentou que administrava a Taveira Comercial de Combustíveis de forma legítima após seu pai assumir a prefeitura, e seus advogados contestaram a denúncia por falta de descrição clara dos fatos e interesses criminosos.
Vilma Gomes alegou que não movimentou recursos ilícitos e que a acusação de lavagem de dinheiro era restrita, pois o valor contestado não correspondia aos montantes obtidos ilegalmente. (Fonte: Aratu Notícias)
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