Um vídeo de uma mulher andando descalça sobre uma passarela de vidro durante um evento de empresários em São Paulo viralizou nas redes sociais nesta semana. Nas imagens, ela caminha segurando na mão de duas pessoas e demonstra emoção e chega a chorar.
O caso ocorreu no dia 16 de abril em um hotel de luxo na Grande São Paulo, durante momento promovido pelo Grupo Black, “que reúne alguns dos maiores empreendedores e empresários do país”. A prática é comum na comunidade coach e se chama “glasswalking” (caminhando sobre o vidro, em tradução livre).
O vídeo, inicialmente postado na página do empresário Samuel Pereira, foi apagado. Em seu Instagram, ele publicou um vídeo explicando que ele mesmo já pisou nos cacos e que cerca de 100 pessoas andaram na passarela. Segundo ele, não há perigo.
“Muitas vezes, algumas pessoas se esbarram em alguns limites, porque, quando encontram obstáculos, não têm o apoio suficiente para superar, não tem um apoio que te mostra como ir adiante”, narra Samuel no vídeo.
Ao final da caminhada sobre o vidro, a mulher abraça e beija um homem que parece ser seu companheiro.
Em entrevista ao g1, o idealizador do evento, Samuel Pereira, conta que ninguém nunca se machucou na caminhada e diz que o glasswalking foi oferecido aos participantes como uma dinâmica “para falar sobre vencer medos”.
“Ao pisar nos cacos, acontece uma distribuição de peso. O que ocorre é que as pessoas criam uma ilusão de que é algo perigoso, mas, no final, não é. O ponto principal é que existe o incentivo para as pessoas vencerem o medo. O que ocorre na verdade é uma analogia em relação às aflições da vida e como é possível superá-los para que as pessoas façam o mesmo em suas vidas e seus negócios”, explica.
Segundo André Kaercher, aplicador da dinâmica, os cacos de vidro são reais e feitos de garrafas de bebida de cerveja de 600 ml. Conforme ele, algumas partes dos cacos são descartadas antes da montagem da “passarela” para garantir a segurança dos alunos.
O objetivo, é “trabalhar na linhagem sistêmica a quebra de crenças limitantes e outras questões como a autoconfiança e a clareza para projetos de vida e carreira”.
A caminhada pelo vidro é criticada pela Sociedade Latino-Americana de Coaching. “Fuja de cursos que possuem dinâmicas como quebrar madeira, andar na brasa, entortar barra de ferro no pescoço, caminhar sobre cacos de vidro, entre outras. Isto também não é coaching”.
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