Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o Estado não pode se intimidar frente a indivíduos ou plataformas digitais, e que tem o direito de julgar e fazer cumprir as regras de seu território.
Apesar de não ter citado nomes, a declaração desta terça-feira (24) pode ser entendida como um recado ao empresário Elon Musk, dono do X, em referência à suspensão da rede social pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Brasil.
“O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei”, disse o presidente.
Lula destacou que a liberdade é a “primeira vítima de um mundo sem regras”. “Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital”, completou.
A fala ocorreu em um trecho do discurso em que o presidente dedicou a pregar contra extremismos e “interesses reacionários”. Nesse caso, a referência é ao grupo político de Jair Bolsonaro, ex-presidente e principal adversário do petista. A decisão de derrubar o X recebeu críticas de bolsonaristas que costumam fazer elogios a Musk.
“Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários. A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência. No mundo globalizado não faz sentido recorrer a falsos patriotas e isolacionistas. Tampouco há esperança no recurso a experiências ultraliberais que apenas agravam as dificuldades de um continente depauperado”, explicou o presidente brasileiro.
Foto: Ricardo Stuckert /PR
Por: Metro1
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