Na tarde dessa última segunda-feira (30), aconteceu em João Pessoa o clássico BotAuto onde se enfrentaram os times Botafogo e Auto Esporte da Paraíba, e teve como resultado a vitória do Belo por 2 x 0. O jogo tradicional e super disputado na Capital teve também momentos tristes e revoltantes como a declaração machista proclamada pelo jogador Thiago Bob, do Auto Esporte, após ser expulso do clássico pela árbitra Ruthyanna Camila.
Thiago se envolveu numa confusão em campo e foi advertido pela árbitra com cartão vermelho, sendo expulso do clássico e, ao sair, ele bradou: “É nisso que dá colocar mulher pra apitar”. No momento do acontecido, Ruthyanna não percebeu a fala machista do zagueiro e foi alertada depois pelo companheiro de equipe de arbitragem, Gerson Tomaz. Ela relatou o episódio na súmula pós jogo. “Me senti ofendida em minha honra e moral”, disse.
Em nota, o Auto Esporte se posicionou sobre o caso, pediu desculpas e reafirmou seu compromisso com o respeito e a inclusão:
“O Auto Esporte Clube vem a público se solidarizar e pedir desculpas à árbitra Ruthyanna Camila, que apitou com excelência o BotAuto nesta segunda-feira (30), e também para todas as mulheres que foram ofendidas pela fala do nosso atleta. Prezamos por mais respeito e inclusão em todas as esferas da sociedade. O lugar da mulher é no futebol sim! E onde mais ela quiser. Medidas internas serão tomadas a respeito desse caso”.
Também se pronunciou o Nacional Atlético Clube, da cidade de Patos/PB. Ruthyanna Camila é natural da cidade e começou sua carreira no sertão. O clube repudiou a atitude e afirmou ser algo “inadmissível nos dias de hoje”.
“O Nacional Atlético Clube de Patos torna público seu total repúdio ao lamentável e inadmissível fato ocorrido durante a partida entre Botafogo-PB e Auto Esporte na noite dessa segunda-feira (30), quando a árbitra da partida, Ruthyanna Camila, foi agredida moralmente por um jogador do Auto Esporte. […] o Nacional de Patos não tolera e jamais aceitará qualquer episódio de preconceito, misoginia, racismo, homofobia e agressões que firam a honra e a dignidade da pessoa humana”
A presidenta da Federação Paraibana de Futebol (FPF/PB), Michelle Ramalho, também se posicionou através de suas redes sociais e lamentou a fala do atleta afirmando “repudiar a violência psicológica sofrida pela árbitra Ruthyanna”.
Edição: Maria Franco
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