O presidente da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento), Leonardo Góes, disse, nesta quinta-feira (13), ao Metro1 que o governo planeja criar uma empresa subsidiária da estatal e ceder participação à prefeitura de Salvador.
“O que existe é a possibilidade da Embasa criar uma empresa subsidiária, que é uma sociedade para fins específicos. Isso foi permitido com uma mudança de lei há um ano. A medida serviria para garantir parcerias público-privadas e concessões. Neste caso, que o município seja contemplado dentro da estrutura societária da empresa. Não seria diretamente com a Embasa, mas com essa empresa subsidiária que poderia ser contratada”, declarou, em entrevista à reportagem.
Como informou anteriormente o Metro1, a prefeitura de Salvador quer, pelo menos, 15% da participação da Embasa para renovar o contrato com a estatal (relembre aqui). Na proposta de Góes, a gestão municipal não teria participação direta na estatal, mas a uma subsidiária – que ainda não existe.
“Mas é [um plano] mais de médio prazo”, ressaltou Góes. “Talvez nem seja necessário. A gente pode endereçar preocupações do município depois que assinar o contrato. Assim, torna-se dispensável a criação dessa empresa subsidiária, que é algo mais complexo administrativamente”, sugeriu.
Góes rebateu os rumores de uma suposta demora proposital para fechar um novo contrato com a prefeitura de Salvador, por motivações políticas. Ao Metro1, o dirigente da empresa de saneamento afirmou que a população não pode ser penalizada em prol de ambições individuais. Disse ainda que um acordo deve ser firmado em breve, apesar de não estabelecer uma previsão.
Atualmente, o contrato entre a Embasa e a prefeitura de Salvador, responsável por 35% do faturamento da estatal, está vencido. Mesmo assim, integrantes da prefeitura acreditam que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) queira postergar as negociações com o município. A ação teria o objetivo de evitar que o investimento, em ano pré-eleitoral, seja usado pelo prefeito Bruno Reis (União) e facilite a sua reeleição.
“Acho essa uma discussão inócua, contaminada por uma coisa pequena, curta, de beneficiar A ou B. Acho que a população não pode ser penalizada por algo que vai permitir um serviço essencial que mexe com a saúde da população, balneabilidade das praias, potencial turístico”, declarou o presidente da Embasa.
Conforme Góes, a ideia não faz sentido, uma vez que o governo do estado também seria beneficiado. “À medida em que entram esses investimentos, obras são inauguradas pela Embasa, não só com o prefeito no município, mas também com o governador. É um ganha-ganha, até para o ano eleitoral”, defendeu.
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