Foto: Divulgação | Coelba
O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) está avaliando ter, a partir de 2027, mais de uma empresa gerindo a energia elétrica no estado da Bahia. O modelo que serve de inspiração é o de São Paulo, onde cinco grupos empresariais administram o setor, dividido por regiões: a CPFL (Paulista, Piratininga e Santa Cruz), a EDP, a Enel, a Energisa Sul-Sudeste e a Neoenergia Elektro.
A mudança é pensada como uma solução para a gestão elétrica na Bahia hoje, da Coelba, comandada pelo grupo espanhol Neoenergia. A administração do setor é vista como ruim tanto pelo governo do estado quanto pela iniciativa privada, que enxerga na má condução espanhola um limitador do crescimento econômico.
O contrato com a Neoenergia termina em 2027 e a empresa tem até o final de 2024 para manifestar oficialmente o interesse na renovação. Sinais, porém, já foram dados pelo grupo espanhol, de que a intenção é se manter no comando do setor na Bahia, como a promessa de um investimento de aproximadamente R$ 14 bilhões até o encerramento contratual.
Apesar disso, a manifestação oficial da empresa ainda não foi encaminhada e o governo reconhece que está insatisfeito com a gestão. Questionado sobre o tema pelo Portal A TARDE durante entrevista exclusiva, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Angelo Almeida (PSB), afirmou que o governador está trabalhando para mitigar os problemas.
“Nós temos problemas. No estado, nem tudo é um mar de rosas. O estado enfrenta problemas hoje com a Coelba, com a ViaBahia. Esses problemas, nós estamos mitigando e o governador está enfrentando esses problemas. É evidente que nós não temos ainda a resposta para tudo, mas o contrato da Coelba está vencendo e eles já estão procurando o Estado”, declarou Almeida.
“Estão anunciando R$ 14 bilhões de investimentos desde 2024, até o encerramento do contrato, que é em 2027. Serão R$ 4 bilhões investidos neste ano e R$ 10 bilhões nos próximos três anos: 2025, 2026 e 2027”, acrescentou o secretário.
Apesar da decisão final de renovar ou não ser do Ministério de Minas e Energia, o governo da Bahia pretende influenciar na definição e está estudando possibilidades de novos modelos para apresentar ao governo federal.
“Eu não tenho ainda a receita do bolo e creio que nem o governador tem ainda qual é a receita. Isso vai ser muito diálogo, muito entendimento. Vamos escutar outros players e também ver arranjos legais que estarão à disposição do governo para fazer essa mudança para outra companhia ou para outras companhias”, afirmou Angelo Almeida.
“Mesmo que a Neoenergia seja mantida, há a possibilidade de terem outras, como existe em São Paulo, onde são quatro ou cinco distribuidoras de energia que atendem ao estado. A Bahia ficou com essa questão monotemática, digamos assim: só a Coelba cuidando de um estado do tamanho da França. Talvez não seja interessante esse modelo. Mas é uma questão de decisão de governo e de estudo também. É um estudo que vai indicar isso”, completou o secretário.
De acordo com o titular da SDE, o importante é que, independente do próximo modelo, a Bahia encontre um modelo que melhore a entrega do serviço de energia elétrica em todo o estado.
“Espero que nós possamos sair deste contrato para um contrato melhor, que atenda às demandas que são urgentes e determinantes para nós atingirmos um desempenho ainda melhor para a nossa economia”, concluiu Angelo Almeida.
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