Glauber Braga – Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13), como parte do inquérito que investiga possíveis irregularidades na distribuição de emendas parlamentares. A investigação, conduzida por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, busca apurar a manipulação de R$ 4,2 bilhões em emendas, com foco principal no ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em entrevista à CNN Brasil, Braga explicou que detalhou no depoimento as supostas manobras realizadas por Lira para centralizar a distribuição das emendas, o que enfraqueceria a transparência e favoreceria aliados políticos. O parlamentar acusou Lira de cancelar as comissões responsáveis pela deliberação sobre as emendas, assumindo diretamente o controle dos repasses. Braga classificou as ações de Lira como ilegais e afirmou que a investigação conduzida pelo ministro Flávio Dino é legítima, sem qualquer interferência indevida.
A investigação foi aberta após denúncias de parlamentares sobre a falta de critérios e transparência na distribuição das emendas de comissão. A PF está apurando se Arthur Lira teve papel central na manipulação do Orçamento, além de investigar a possível participação de lobistas e desvios de recursos. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) revelou, em entrevista à revista Piauí, que as emendas eram distribuídas sem aprovação das comissões, com listas impostas de forma autoritária, sem debate ou análise detalhada.
Diante das suspeitas, o ministro Flávio Dino determinou a suspensão dos pagamentos de R$ 4,2 bilhões em investigação, alegando preocupações sobre a legalidade do processo. Dino destacou que as denúncias sugerem práticas que podem ter ultrapassado os limites constitucionais, o que justificaria um aprofundamento nas investigações.
Arthur Lira refutou as acusações, afirmando que a distribuição das emendas seguiu critérios técnicos e transparentes estabelecidos pelo governo federal. A PF já ouviu outros parlamentares, incluindo José Rocha (União-BA), Adriana Ventura (Novo-SP) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). A continuidade das investigações e novas denúncias poderão impactar o futuro político de Lira, que ainda detém grande influência no Congresso Nacional.
A investigação segue em andamento, com novas oitivas previstas para as próximas semanas, a fim de esclarecer as responsabilidades na distribuição das emendas bilionárias.
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