Durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (9), o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o senador Marcos do Val (Podemos-ES), protagonizaram um debate sobre os atos antidemocráticos que ocorreram no dia 8 de janeiro, em Brasília.
A discussão foi iniciada quando Do Val declarou que desejava que Dino fosse afastado do cargo de ministro da Justiça, assim como responsabilizado e preso por conta dos estragos gerados durante os ataques golpistas.
“O senhor coloca a questão de que o presidente tinha ciência [dos atos]. Eu sempre disse isso para todos vocês, desde o dia 9 de janeiro. Eu tenho todo o material aqui, comprovando tudo e mais outras coisas, que vou apresentar na CPMI [dos Atos Golpistas]. E eu espero que o ministro seja, consequentemente, afastado e, se possível, até preso”, afirmou o senador.
Em resposta, Dino explicou que não recebeu relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a respeito da mobilização dos ataques, mas que ele, da mesma maneira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficou ciente sobre a situação graças à televisão.
“O senhor pergunta: ‘o presidente Lula foi avisado?’. Claro que foi. Quando eu cheguei, eu telefonei pra ele, e eu digo na entrevista que o senhor mostrou: ‘Claro que ele já sabia’. É porque em Araraquara [onde Lula estava no dia 8 de janeiro] tem televisão.”
Além disso, Dino afirmou que o senador constantemente publica vídeos agressivos, até “obsessivos”, contra ele nas redes sociais, baseados em “construções mentais muito singulares que não tem ligação com os fatos”. O ministro pontuou que caso o parlamentar precise resolver um problema, pode procurar por ele pessoalmente.
“Não precisa o senhor ir para a porta do Ministério da Justiça fazer vídeos de internet. Porque, se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores, o senhor conhece? Capitão América….”, disse Dino, fazendo referência a série de filmes “Os Vingadores”.
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