Pais e estudantes aguardam ansiosamente pelo recomeço das atividades escolares de 2022, marcadas para o próximo dia 07 de fevereiro nos colégios estaduais. Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Bahia) acredita que esse reencontro 100% presencial deva esperar um pouco mais. A preocupação com o descontrole da pandemia de coronavírus foi oficializada em documento enviado ao Governo do Estado nesta sexta-feira (28). “Diante de tal situação, somos contra a realização da jornada pedagógica de forma presencial, conforme anunciada pelos governos estaduais e municipais, com início no dia 31. Estamos com previsão de começo do ano letivo no dia 7 de fevereiro, na modalidade presencial, o que também é preocupante”, afirmou Rui Oliveira, coordenador-geral da APLB.
Um dos argumentos de Oliveira contra o retorno 100% presencial para estudantes e servidores é a alta de casos de coronavírus e internações entre as crianças, assim como na população geral. “Nossa luta sempre foi em defesa da vida. Já perdemos muita gente para a Covid-19, na Bahia e no Brasil”, disse o coordenador sindical. Quando as aulas foram retomadas no fim de 2021, depois de mais de um ano com os colégios de portões fechados, o esquema híbrido foi uma alternativa para evitar a contaminação pela Covid nas escolas, sem perder de vista a aprendizagem dos discentes que não tinham as mesmas condições de acesso à Internet. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC) disse que pelo menos por enquanto não há mudanças no modelo da jornada pedagógica.
“As aulas estão previstas para começar no formato presencial, observando os protocolos de biossegurança das autoridades de saúde e decretos governamentais”, disse em nota. A pasta informou ainda que os decretos relacionados às aulas podem ser revistos e atualizados, caso haja necessidade. Durante uma coletiva de imprensa, o governador Rui Costa (PT) foi taxativo em relação ao retorno das aulas: “Não há por que não haver aula”. Embora esteja vigilante em relação aos números da pandemia, o gestor acredita que suspender novamente as aulas trará ainda mais problemas. “Nós não podemos prejudicar ainda mais a educação, o prejuízo é enorme. Isso vai impactar muito não só nos indicadores da educação, mas também nos indicadores sociais, de emprego e renda na população mais à frente”, disse Costa.
Para a comunidade escolar, a maior preocupação mesmo está com a decisão da SEC de não exigir o comprovante de vacinação para estudantes menores de idade, com a justificativa de que a imunização não depende só deles. “Se não vai exigir a carteira de vacinação, do outro lado tem menores vacinados. Isso cerceia o direito à segurança sanitária”, pontuou Estela Bueno, mãe de um aluno no Ensino Fundamental que defende a adoção do sistema híbrido como uma alternativa para quem preferir e puder estudar em casa. Por outro lado, há quem acredite que uma retomada presencial é possível, se forem observados os cuidados. “Ano passado, estudei no CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) Severino Vieira, e a unidade cumpria todos os protocolos de segurança, todos de máscaras, álcool gel em todos os corredores, locais para lavar as mãos desde a entrada. Com as escolas cumprindo esses protocolos, podemos sim voltar às aulas com toda força”, opinou Ronaldo Libras, que crê ser ‘injusto’ mais um ano de sistema híbrido para quem se vacinou.
Tribuna da Bahia
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