O secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, tem tentado atrair o ex-ministro Ciro Gomes para a terceira via presidencial, segundo o jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, a ideia de buscar Ciro para as conversas foi tratada em encontro da Executiva da União Brasil nesta semana.
O tema foi levantado por ACM Neto, que busca o apoio do PDT à sua candidatura ao Governo da Bahia. O secretário disse que não fazia sentido conversar com apenas uma ala das siglas que querem uma alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Jair Bolsonaro (PL).
ACM Neto argumentou que a União Brasil é um partido grande, que agrega tempo de TV e que tem um fundo eleitoral robusto, de acordo com relatos. Por isso, alegou, não há por que eles só conversarem com MDB e PSDB.
O deputado federal baiano Elmar Nascimento (União Brasil) também defendeu a participação do candidato do PDT na mesa de negociações. Dirigentes da União Brasil dizem que nada impede, inclusive, que o partido decida apoiar Ciro.
“Qualquer discussão que trate de terceira via tem que incluir a todos, inclusive o Ciro, para depois afunilar em torno de um nome”, disse, em entrevista ao diário paulista. “Se tiver quatro candidaturas (mais à frente), estaremos ajudando a consolidar um segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Aí é melhor cada partido ter o seu e fazer sua escolha entre um dos dois”, avaliou.
Em reuniões nesta semana, o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, afirmou que o seu partido terá candidato próprio e defendeu a importância de se buscar um nome competitivo para fazer frente à polarização eleitoral entre Lula e Bolsonaro. A ideia é que Bivar se lance como pré-candidato após 2 de abril, a partir de quando acaba a janela partidária —período em que os deputados podem migrar de uma sigla para outra sem prejuízos ao mandato.
Caso Bivar não se consolide, como é a tendência, o deputado buscaria a vaga de vice em uma chapa. O núcleo duro da campanha de Bolsonaro ainda tenta fechar uma aliança com a União Brasil, mas a possibilidade é tratada como pequena entre os líderes da legenda. Durante os encontros com correligionários nesta semana, Bivar chegou a dizer que não votará em Bolsonaro sob nenhuma hipótese.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirma que são permanentes as conversas com Bivar, com o secretário-geral da União, ACM Neto, e com o vice-presidente, Antonio Rueda. “Temos alianças em vários estados. Eles ainda estão indefinidos (sobre o apoio à terceira via), estão discutindo internamente”, diz. Segundo Lupi, a aliança pode se dar em palanques como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e na Bahia. Lupi diz que Ciro deixa as negociações sobre apoio a cargo do partido.
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